MULHER FARMACÊUTICA – HISTÓRIAS DE LUTA, CONQUISTAS E SUPERAÇÃO: ENTREVISTA COM A FARMACÊUTICA Dra. Tereza Rosane Araujo Felipe Torres Lima
#MulherFarmacêutica – Histórias de luta, conquistas e superação.
A #MulherFarmacêutica está lado a lado da população, garantindo, em 136 diferentes áreas de atuação, prevenção, cuidado, suprimento de produtos para a saúde, diagnóstico e apoio ao tratamento de doenças, para que possamos, agradecê-las e inspirar outras mulheres.
Dra. Tereza Rosane Araujo Felipe Torres Lima
CRF-CE: 1072
ÁREA DE ATUAÇÃO: Vigilância Sanitária
( Promoção e Proteção à Saúde Individual
e Coletiva através da identificação e controle de riscos )
LOCAL ATUAL DE TRABALHO:
Célula de Fiscalização de Serviços de interesse à Saúde (CEFIS)/
Coordenadoria de Vigilância Sanitária (COVIS) /
Secretaria de Saúde do Estado do Ceará (SESA-CE)
ENTREVISTA
1.Como você definiria sua função no seu local de trabalho?
O trabalho na Vigilância Sanitária é muito dinâmico e versátil. O que nos norteia são regulamentos técnicos, que respaldam nossas ações, bem como evidências científicas, e para tanto devemos estar nos atualizando constantemente para cumprirmos com maestria nossa missão de promoção e proteção da saúde da população.
A inspeção sanitária é a ação mais visível dentre as funções que desenvolvemos, pois através dela, identificamos riscos nos serviços e produtos ofertados à população, visando controlá-los ou minimizá-los. Na Célula de Fiscalização de Serviços de Interesse à Saúde, trabalho em inspeções de serviços de saúde de alta complexidade, dentre eles: Bancos de Sangue, Bancos de Tecidos Oculares, Bancos de Células e Tecidos Germinativos ( Clínicas de Fertilização), Centros de Processamento Celular de Sangue de Medula Óssea e de Cordão Umbilical e Placentário e Hospitais. Em decorrência da atividade de inspeção sanitária podem seguir instrução de procedimentos administrativos tais como auto de infração, interdição de estabelecimento, apreensão de produtos etc.
No papel de interlocutora de Hemovigilância e Biovigilância, no estado do Ceará, fazemos o monitoramento dos eventos adversos relacionados ao uso de sangue e componentes, bem como, os relacionados à doação de órgãos e tecidos, programas instituídos e coordenados pela ANVISA- Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Outra área também abraçada pela Vigilância Sanitária é a formação de recursos humanos voltada a atuação em vigilância sanitária. Participo do grupo de instrutores/ facilitadores da Escola de Saúde Pública- ESP-CE, na abordagem do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, Boas Práticas em Serviços de Saúde, Gestão de Resíduos de Serviços de Saúde, Atualização do Ato Transfusional, dentre outros.
Com o advento da pandemia de SARS CoV 2 no início de 2020, houve a necessidade de instituir uma nova modalidade na forma de trabalho: o “home office”, onde reinventamos também nossas práticas de trabalho. Passamos a produzir Notas Técnicas para orientar e subsidiar os serviços na prevenção e controle da COVID-19, elaboramos o protocolo para retomadas das atividades presenciais da nossa Secretaria da Saúde do Estado, concedemos pareceres dos Protocolos Setoriais e dos Planos de Contingência para retomada das atividades de acordo com determinações dos decretos governamentais voltados à prevenção e controle da SARS Cov 2, além de analisar Planos de Contingência para Concessão do Selo Estabelecimento Seguro expedidos às áreas de Laser (Restaurantes, Hotéis, Pousadas, Parques) e Instituições de Ensino (Faculdades, Universidades, Escolas, Cursos).
O processo de participação em eventos passou a se efetivar de forma “on line”, e estamos nos fazendo presentes em lives, reuniões, conferências, cursos. A expedição de Alvarás Sanitários dos Serviços de Saúde nos picos da pandemia se deu através da nossa análise documental encaminhada pelos prestadores via sistema de informação.
2.Como você define o empoderamento das mulheres?
O nosso empoderamento se dá a partir do autoconhecimento, onde identificamos nossas fragilidades e potencialidades.
Na minha atividade de profissional da vigilância sanitária tive que romper a barreira da timidez, uma vez que nosso diálogo com a clientela alvo faz parte da nossa rotina diária de trabalho.
Dentre as nossas potencialidades destaco, principalmente, o conhecimento, deter o saber nos dá o respaldo para conquistarmos nossos objetivos e consolidarmos nosso espaço no nosso ambiente de trabalho, além dele, a inteligência emocional, seguida de autocontrole, esses são fatores essenciais para o reconhecimento do trabalho que desenvolvo.
Lembro que quando assumi o serviço público, através de concurso público nos idos dos anos 80, casada e mãe da minha primeira filha, todos os cargos gerenciais da coordenadoria a qual fui lotada eram ocupados por homens. Atualmente temos bravas mulheres ocupando os cargos correspondentes. Competentes e comprometidas. Isso se deve a uma consciência coletiva por parte das mulheres que não se deixam mais ser inferiorizadas pelo seu gênero e assumem posições para coibir o machismo imposto pela sociedade.
3.Quem é a maior influência da sua vida? Por qual motivo?
Meus pais, indubitavelmente! Os dois educadores, tinham o lema que a maior riqueza que poderiam deixar aos seus 7(sete) filhos seria a EDUCAÇÃO. Durante 30 anos conduziram um estabelecimento de ensino e oportunizaram várias gerações da minha cidade natal, Iguatu, e vizinhança, a mudarem seus destinos através do saber, da educação.
4.Qual dica você daria para quem está iniciando agora em sua área profissional?
Se identifique com a causa! Trabalhar na Vigilância Sanitária é apaixonante! É muito nobre poder contribuir para um sistema de saúde com mais qualidade e segurança.
Seja ético, honesto, competente e comprometido! Honre sua função!
E por fim: estude sempre! É através do conhecimento que podemos efetivamente contribuir para melhoria da qualidade de vida da nossa população.