O Conselho Federal de Farmácia segue com ações voltadas à qualidade da formação farmacêutica. Até o dia 9 de março, mantém consulta pública sobre a implantação do exame de proficiência para farmacêuticos, uma tentativa de contrapor à proliferação dos cursos a distância no País. E nos dias 27 e 28 de fevereiro, realizou em Brasília um encontro de professores para discutir o processo de implementação das novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) do Curso de Graduação em Farmácia.
O presidente do CFF, Walter da Silva Jorge João, ressaltou que essa foi a primeira de uma série de reuniões que devem ocorrer para que seja possível alcançar parâmetros de implantação do novo modelo nas instituições públicas e privadas.o encontro foi o primeiro de uma série para que a implantação do novo modelo nas instituições públicas e privadas aconteça da forma esperada. “As exposições feitas aqui são no sentido de encontrar soluções, harmonizar os pontos de vista, tendências para que a implantação das diretrizes possam ocorrer de forma mais eficiente. A principal intenção é fazer com a gente elimine qualquer dificuldade, qualquer obstáculo que possa surgir para que as diretrizes sejam implantadas de uma forma definitiva, profissional e acertada”, afirmou.
A professora Carla Beatrice Crivelaro, da Universidade de Passo Fundo no Rio Grande do Sul fez suas exposições no encontro. Na avaliação dela, a discussão é importante para a troca de experiências e formação de uma rede de colaboração. Carla acredita que o desafio para a implantação das novas regras é grande, tanto para a desvinculação dos modelos tradicionais como também para própria sensibilização dos próprios docentes. “É um processo que depende muito da formação docente e da definição institucional para tentar avançar num modelo de formação que seja baseado por competências. Porque esse modelo vai implicar numa série de mudanças na própria instituição e no currículo que vão desde as metodologias que são utilizadas até como vai se dar o envolvimento de todos os atores desse processo – que são os estudantes, o corpo técnico administrativo, os professores, enfim, – para que se possa avançar nesse processo e para que se rompa com aquele modelo tradicional baseado no conteúdo, indo para o desenvolvimento da competência. Então esse é um caminho árduo”.
AS novas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Farmácia foram publicadas pelo Ministério da Educação no ano passado. O documento levou em consideração uma proposta construída com a ampla participação das entidades e da classe farmacêutica. O processo durou quase dois anos, e foi coordenado pelo Conselho Federal de Farmácia, com contribuições em consulta e audiência pública promovida pelo Conselho Nacional de Educação.
A coordenadora da comissão de educação do CFF, Zilamar Camargo Costa, destaca que a ideia é ampliar ainda mais essa discussão e encontrar caminhos e estratégias para a adequação à realidade das instituições de ensino. “No momento em que nós consultamos toda a comunidade farmacêutica tínhamos como meta inovar e trazer um perfil de egresso que tivesse ligado ao aspecto humanístico de uma maneira eletiva tendo como foco central o cuidado. Todas as apresentações tiveram esse objetivo, mas tivemos duas preocupações muito grandes. Primeiro a capacitação docente em relação a esse novo modelo e também em relação à possibilidade de existir a formação de um modelo híbrido. Em que inicialmente não haveria um total modelo por competência, mas que s que isso fosse construído aos poucos e que gradativamente esse modelo tornasse a chave do processo e que e que efetivamente os professores todos sendo capacitados também simultaneamente a essa construção possibilitasse a um modelo realmente eficaz”.
As novas diretrizes preveem 4 mil horas de formação. Com mais foco na Atenção à Saúde , a grade é composta 50% por disciplinas de Cuidado em Saúde, 40% focada em Tecnologia e Inovação em Saúde e 10% em Gestão em Saúde.
Participaram da Reunião coordenadores de curso de Faculdades de Farmácia que já estão implementando as DCNs e da Universidade de São Paulo (USP). Também foram convidados representantes da:
Associação Brasileira de Educação Farmacêutica (ABEF)
Comissão Assessora de Educação Farmacêutica (CAEF)/CFF
Comissão de Ensino Farmacêutico (Comensino)/CFF
Executiva Nacional de Estudantes de Farmácia (Enefar)
Sociedade Brasileira de Farmácia Clínica (SBFC)
Assessorias Técnica e da Presidência do CFF
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Fonte: Comunicação do CFF